A Sociedade Portuguesa de Autores associa-se à celebração dos 800 anos da Língua Portuguesa, tendo em conta que foi num dia 27 de Junho, há oito séculos, que foi divulgado o testamento do terceiro rei de Portugal, D. Afonso II, integralmente escrito em Português. Esta comemoração tem o mérito de mobilizar e unir todas as pessoas que, em vários continentes, usam esta língua comum para dizer o que pensam, sentem e fazem. Tem também a virtude e o mérito de demonstrar à opinião pública nacional e internacional que temos uma das línguas mais faladas do mundo e que a sua influência não cessa de crescer, graças, designadamente, à expansão de países emergentes com uma economia e uma vida cultural e social dinâmicas.
Estes oito séculos de história resumem a vida de países e povos de vários continentes que, falando e escrevendo português, lançaram pontes de comunicação e civilização com outros povos e culturas.
Para a Sociedade Portuguesa de Autores, esta língua é um poderoso instrumento de trabalho e de afirmação largamente reconhecido por sociedades de autores de todo o mundo e por todos aqueles que reconhecem numa língua nacional uma grande ferramenta de trabalho para unir, esclarecer e mobilizar.
Representando mais de 25 mil autores de várias disciplinas, a SPA constitui um dos pilares de afirmação desta língua que, de uma forma sempre crescente, serve aos criadores de diversas áreas para darem provas do seu talento e da sua universalidade.
Resta às estruturas dirigentes da SPA fazerem votos no sentido de que estes 800 anos da Língua Portuguesa possam consolidar o papel da lusofonia à escala global e possam unir povos e instituições em defesa da sua expansão, sem preconceitos, sem complexos e com o orgulho que um momento como este justifica e exige.
A língua portuguesa é hoje a mais falada do hemisfério sul e uma das mais faladas em todo o planeta, o que confere àqueles que a usam para escrever e falar o direito e o dever de a usarem para reforçar as independências nacionais, e para unir e fortalecer o espaço de cultura e civilização que ela representa. É isto que a SPA faz e continuará a fazer, dentro e fora do espaço lusófono.
Lisboa, 4 de Julho de 2014